Em busca de uma sociologia da ciência brasileira: um debate sobre as ideias de Florestan Fernandes

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Resumo

Neste artigo é analisada uma possível sociologia da ciência elaborada por Florestan Fernandes. Florestan destaca o papel crítico e historicamente comprometido da ciência, cujo protagonismo cabe ao sociólogo em sua condição de intelectual, de sujeito histórico e de político. O papel do intelectual é fundamental para a reflexão da mudança social no país, no qual a ciência deverá apresentar forte identificação social. A ciência apresenta-se como via para a mudança social, sendo a ruptura com o estabelecido o elemento central do pensamento científico crítico, uma ciência de caráter emancipatória. Os papéis sociais identificados por Fernandes prestam-se à defesa do cientista frente às falsificações e o ataque à ordem social decadente, que entorpece o raciocínio científico, esterilizando-o e paralisando-o. A ênfase científica parece então mover-se para os dilemas do desenvolvimento da instituição científica em um país de modernidade periférica, sobretudo centrada na contradição surgida da introdução de um tipo específico de racionalidade em uma ordem social patrimonialista.

Palavras-chave: Florestan Fernandes; Sociologia da ciência; Mudança social; Intelectuais; Protagonismo Político.

Biografia do Autor

Marcelo Fetz, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutor em Sociologia pela UNICAMP. Professor de Sociologia no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Fabrício Defacci, UEMS

Doutor em Sociologia pela UNESP. Professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS).

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Publicado

2021-10-06