“Há terra para financiar nesse verão”: a reposição da expropriação e da violência nos grandes projetos de desenvolvimento econômico no Brasil e uma crítica ao debate sobre a financeirização

Autores

  • Joana Barros Professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
  • Gustavo Prieto Professor da Universidade Federal de São Paulo.

Resumo

Este  artigo reflete sobre as relações entre o novo regime de acumulação do capital, fundamentado nas finanças, mas não exclusivamente dominado por esse setor, e a reposição dos processos de expropriação, reterritorialização e violência na periferia do capitalismo. As relações entre a financeirização e o capital produtivo contemporaneamente recombinam a lógica entre atraso e modernidade, realiançando as classes de proprietários de terra e de proprietários de capital, financeirizando e urbanizando espaços, tais como na expansão do complexo industrial-portuário de SUAPE, em Pernambuco. O impacto territorial de tal matriz produtiva extrativista articula, então, diversas escalas e produz consequências, tanto produtivas quanto de redefinições do espaço urbano, nas quais fundos públicos, no último período mobilizados através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e programas e políticas sociais, notadamente as urbanas e as de complementação de renda, são centrais na gestão social da expropriação.

Biografia do Autor

Joana Barros, Professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Professora Adjunta A1 da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), lotada no Instituto das Cidades, campus Zona Leste, é doutora (2012) e mestre (2004) em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP), graduada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1998). Pesquisadora do LMI-SAGEMM, do Grupo Distúrbio (UERJ/UFRRJ) e do CENEDIC - Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP, dedica-se a pesquisa com ênfase em Sociologia Política e Urbana, principalmente nos seguintes temas: direitos sociais, políticas públicas, pobreza, população de rua, movimentos sociais e cidades. Trabalhou como arquiteta e urbanista, atuando junto aos movimentos populares de habitação. É pós-doutora pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Gustavo Prieto, Professor da Universidade Federal de São Paulo.

Professor Adjunto da Universidade Federal de São Paulo, Instituto das Cidades, Campus Zona Leste. Graduado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2008, bolsista - Programa de Educação Tutorial, PET/MEC-SESu), mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (2011, bolsista - CNPq) e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (2016, bolsista - CNPq). Realizou estágio de pesquisa no exterior na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS, 2015, bolsa PDSE-CAPES). Tem experiência em Geografia Humana e Crítica à Economia Política com ênfase em questão agrária, estudos urbano-metropolitanos e conflitos fundiários. Seus interesses de pesquisa incluem os seguintes temas: formação da propriedade privada da terra, pensamento social brasileiro e latino-americano, reforma agrária e urbana, grilagem de terras, produção capitalista da natureza, políticas públicas de saneamento rural e urbano e desigualdades sócioespaciais no acesso à terra e à agua.

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Publicado

2021-12-14