“Você vale quanto pesa sua sacola”
A centralidade das dinâmicas do primeiro comando da capital no cumprimento de pena nas penitenciárias femininas no estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.14244/contemp.v15.1337Resumo
O Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de encarceramento feminino, sendo São Paulo o estado que concentra a maior população privada de liberdade do país. Trata-se também do estado onde o Primeiro Comando da Capital (PCC) exerce hegemonia sobre o sistema prisional. Diante desse cenário, o presente artigo teve como objetivo analisar como os procederes do Comando3 impactam o cumprimento de penas, a partir de 32 entrevistas realizadas com pessoas privadas de liberdade em três unidades penitenciárias femininas paulistas, sendo duas na capital e uma no interior. A investigação evidenciou que, em um contexto marcado pela escassez de itens de primeira necessidade, o chamado poder da sacola e as conexões com o PCC tornam-se centrais para a dinâmica interna das prisões. A análise teórica baseou-se nos conceitos de capitais econômico, social e simbólico, conforme formulados por Pierre Bourdieu (1986), como instrumentos para compreender as relações de poder e distinção no interior do cárcere. Nesse contexto, o PCC atua como força estruturante das relações cotidianas nas unidades prisionais femininas e ao mesmo tempo que possibilita formas de acesso e mobilização desses capitais, oferecendo proteção e pertencimento, também impõe regimes específicos de sujeição.
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